Pergentino Ferreira de Souza

Dona Maria Odete e Pergentino Ferreira de Souza


O mossoroense Pergentino Ferreira de Souza, que adotou Tibau desde menino, com a família, está comemorando os 90 anos de idade. Pergentino tem uma história de superação, pois sem oportunidades de concluir o ensino primário, à custa de muito trabalho braçal deu a volta por cima e conseguiu formar todos os seus nove filhos. Pergentino nasceu em 22 de fevereiro de 1927, filho do tibauense,  José Ferreira de Souza e Isabel Maria Rodrigues de Souza.
Pergentino tem raízes em Tibau, seu avô paterno, João Ferreira de Souza, nascido na Barrinha, litoral cearense que faz divisa com o Rio Grande do Norte, mas que desde o início do Século XX morava num sítio na Praia das Manuelas aonde havia plantação de coqueiros e cana. João Ferreira tinha engenho e casa de farinha. À época, a Praia das Manuelas se chamava Trevas e o sítio ficava próximo aonde hoje fica o Conjunto dos Professores. Muitos descendentes de João Ferreira de Souza foram cedo para Mossoró e formaram famílias, as quais destacamos o comerciante Antônio Ferreira Neo e Amélia Ferreira de Souza, mãe de Adalgisa de Souza Rosado, que casou-se com o governador Dix-sept Rosado.
  Pergentino nasceu numa família de dezoito filhos, porém, criaram-se quinze, sendo eles Pedro, Terezinha, Aristóteles, Raimunda, José Maria, Cizinho, Augusto, João Batista, Maria José, Margarida, Maria da Conceição, Antônio, Jaime e Gabriel. Os dois últimos tornaram-se prósperos comerciantes em Mossoró, o saudoso Jaime de Souza, no ramo de peças e pneus no bairro Paraíba, aonde fundou a J. F. Souza, também foi vereador em Tibau, à época em que pertencia ao município de Grossos. E no ramo de refrigeração, o saudoso Gabriel da Erespa.          
Depois de casado e com filhos menores, o pai de Pergentino arrumou trabalho na construção de uma estrada no Ceará e deixou a esposa em Mossoró com as crianças. Com o término do trabalho no Ceará, o pai de Pergentino pegou a família e mudou-se para um sítio próximo de Tibau. Eram tempos difíceis, pois sequer havia transporte de linha para Mossoró, nesse tempo, usava-se cavalo ou jumento para se deslocar até Porto Franco e seguir de trem para Mossoró. Pergentino e seus irmãos começaram a trabalhar para a sobrevivência da família. Dona Odete, esposa de Pergentino, é cearense recorda que passava férias em Tibau quando o conheceu, rapazinho, descendo a ladeira do Ceará, tangendo um animal. Foi assim que começou a se desenhar o que viria a ser uma família que é exemplo e serve de estímulo até hoje para o tibauense, sendo referência como uma família estruturada, pois conseguiu formar todos os filhos, hoje servindo profissionalmente em outras cidades, juntamente com a terceira geração, ou seja, os  netos. Filhos, netos e bisnetos sempre estão presentes na residência do casal, que jamais cogitou deixar Tibau um dia.