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domingo, 20 de março de 2016

TIBAU POR FERNANDA COUTO GURGEL





                                                   
Foto de Fernanda Couto Gurgel


Texto de Fernanda Couto Gurgel após a Consulta Pública no dia 17 de março de 2016, em Tibau*.
       
         Hoje, participando de uma Consulta Pública para implementar unidade de conservação ambiental no município de Tibau, tive o prazer de reviver as melhores épocas de minha vida. Ainda com alguns meses de idade comecei a frequentar a praia de Tibau. Ao me tornar um pouco maior, com quatro ou cinco anos de idade, comecei a explorar a então vila. Normalmente, acordávamos às 5 horas da manhã para irmos a pé, por entre inúmeros cajueiros, até a fazenda do senhor Pergentino. Sempre acompanhada do meu copo com achocolatado para tomar leite quentinho. Em alguns desses dias, meu pai me convidava para um momento que, para mim, era de grande aventura, recolher ‘escondido’ do senhor Pergentino, os cajus que encontrávamos no caminho.
        Veio à memória, o telefone preto à manivela. A televisão preto e branco, coletiva, que ficava instalada onde hoje é a Padaria Ferreira. Botávamos uns banquinhos de madeira e lá assistíamos o Jornal Nacional, através da TV Verdes Mares, do Ceará, que era o único canal de televisão na época na vila. Nosso lazer era brincar nos morros de areia colorida com os primos, presenciar os campeonatos de surf, organizados por Biton, que fazia a transmissão das baterias de cima de uma falésia próximo a casa do senhor Hugo Pinto. Infelizmente, essa falésia se degradou pela ação do tempo.
        Como esquecer os bolos de macaxeira de minha mãe, a amizade e a convivência com nossos vizinhos? Andávamos a pé a vila inteira, sem nenhum risco. Era em Zé Félix, onde todos se encontravam antes de ir para os shows no Álibi: Engenheiros do Hawai, Armandinho Dodô e Osmar, Raça Negra, dentre tantos outros sucesso nacional.
        Foi muito gratificante lembrar desses momentos. Hoje, assim como todos os municípios brasileiros, Tibau tem alguns problemas. Mas, o que pude observar nessa discussão acerca da preservação do meio ambiente, é que algumas coisas mudaram, o olhar das pessoas, principalmente da administração pública se sensibilizou para solucionar problemas, que antigamente não eram levados tão a sério.
        A intenção de criar um Plano Diretor para o município é de extrema importância. Preservar a cidade, suas belezas naturais, sua cultura para as gerações futuras, é preservar a história do município. Eu, como veranista, tenho mágicas lembranças, imagine o que carrega em sua memória os moradores. O que houve hoje no município, que seja o início de uma bela caminhada para o caminho do desenvolvimento, de uma cidade que nos recebe de braços abertos e compartilha conosco o que tem de melhor, sua história e sua população.
            
                                
Fernanda com o pai, Helênio e primo


Fernanda

Fernanda e primos

Fernanda e Helênio Gurgel

Foto de Fernanda C. Gurgel

*Fernanda é arquiteta e veranista na Praia das Manuelas.   

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