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domingo, 14 de agosto de 2016

Polícia pra quê?

            
                                                                           



Texto e foto Lúcia Rocha
luciaro@uol.com.br



         Este é brinquedo que tirou o sono do povo de Tibau na noite de ontem. Só não reclamou quem estava no Arena divertindo-se. Quem contratou ninguém sabe, ninguém viu. Pegou todo mundo de surpresa. Tibau tem lei contra poluição sonora, de autoria do ex-vereador Francisco Félix. Mas não tem fiscalização. Nem a polícia pode fazer nada. Liguei três vezes e o policial me convidou a ir para Mossoró formalizar a denúncia. Isso existe? Polícia para quê? Para atender a quem? Não se respeitou o sono de idosos, crianças, de quem estuda até tarde para concurso, nem das famílias enlutadas que na sexta-feira, dia 12, enterraram duas filhas queridas da cidade, uma delas, filha do vereador Francisco Florêncio.
           É um absurdo a falta de respeito e falta de bom senso de quem trouxe e de quem não mexeu um dedo para baixar o som do maior paredão que apareceu na cidade. Às 3 horas da manhã ainda teve paredão pelas ruas ligado em volume alto. Pela primeira vez um som pôde ser ouvido nos quatro cantos da cidade. Se existe Ministério Público para Meio Ambiente em Tibau, a gente vai saber o que poderá ser feito para evitar que a cidade sem lei possa fazer valer as leis que regem este país.
           Durante a noite toda, as pessoas mostravam-se indignadas com o volume do paredão, não está se questionando o lazer para os jovens, mas o alto volume.
           O blogueiro Ismael Sousa Silva, de Mossoró, assim se expressou no Facebook: "
Cidade turística não é sinônimo de desrespeito a lei ambiental e muito menos a garantia do direito do sossego dos munícipes. Uma cidade turística é reconhecida pelos diversos atrativos que garantem que o turista possa desfrutar e, ao mesmo tempo, contribuir com a econômica do município. Canoa Quebrada, por exemplo, é uma praia turística porque tem atrativos que prendem a atenção dos visitantes. Não lembro de Canoa ser reconhecida por paredões de som entrando madrugada a dentro. A propósito, paredão de som não atrai nada, apenas a irritação e o desprezo da população. Tibau perdeu o prestígio como uma cidade turística justamente porque não conseguiu segurar os turistas, que no caso são os mossoroeses, com outras alternativas. Aliás, nos, mossoroeses, achamos que tibau era o puteiro da região, onde poderia ligar som a hora que quiser para que as autoridades se ocupasse em levar playboy filhinho de papai para casa na sua SUV de Luxo. Tibau é uma cidade bela, com uma população que merece sossego e respeito. Falta investimento que atraia o verdadeiro turista. Aquele que vem ao município, se diverte com as suas atrações e que deixa uma renda para os comerciantes da cidade. Ligar um paredão, juntar uma ruma de playboy numa mesa e passar a madrugada toda com o som alto ligado perturbando o sossego da população passou longe de ser algo turístico.Uma das coisas que motivou a deixar de ir andar em Tibau e gastar o meu dinheiro foi justamente essa ideologia turística de que paredão de som e beber até amanhecer é um atrativo. Prefiro vasculhar opções no estado vizinho, onde, além da gastronomia da região, posso desfrutar de um voo de parapente, passeio de buggy pelas dunas e conhecer as falésias sem precisar um som alto no meu pé do ouvido".




            Exatamente às 20h25, enquanto eu redigia essa postagem, um paredão ainda tocava nas proximidades do Arena, está ligado desde cedo, num volume tão alto que sequer a gente pode ligar a televisão, tanto incomoda. E ninguém faz nada. Polícia para quê? Se a polícia não tem poder de fiscalizar, quem teria?
           Desde ontem a noite que recebo mensagens elogiando minha atitude de reclamar nos grupos de whatsap de Tibau e no Facebook, de nativos que não têm coragem de se expressar, têm medo e Tibau tem muito disso. Essas pessoas estão tão indignadas quanto eu. Confirmam que nunca houve um som em volume tão alto.
           Até agora nenhum representante do povo emitiu opinião através das redes sociais.    

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